O Parlamento prepara-se para pagar semanalmente uma viagem a Paris, à deputada Inês de Medeiros.
Tudo porque a senhora, eleita deputada pelo círculo de Lisboa, afinal reside em Paris.
Perante a "novidade" da situação, Jaime Gama recorre ao Conselho de Administração do Parlamento e ao Auditor Jurídico tendo este concluído pelo "pagamento de uma "comparticipação nas despesas de deslocação entre a residência, em Paris, e Lisboa, (...) tendo como limite máximo o montante mais elevado correspondente a uma viagem aérea semanal" de ida e volta, nos termos em que são pagas as "despesas de transportes dos deputados residentes nas Regiões Autónomas (...) e em avião, na classe mais elevada praticada".
O CA, após divisão e empate, com a surpreendente abstenção do CDS, decide favoravelmente com o voto de qualidade de um camarada da Sra. deputada.
Esta situação é pouco dignificante para o Parlamento, sendo até escandalosa num momento como aquele que Portugal atravessa. Que culpa temos nós contribuintes que a Sra., que já vivia em Paris fosse candidata a deputada pelo PS por Lisboa? Qual a razão para que eu tenha de contribuir com os meus impostos para a Sra. ir uma vez por semana a casa? Ainda por cima em executiva? Vergonhoso!
Mas esta questão, remete-nos para outro problema, que é o dos deputados "páraquedistas". O que é que uma pessoa que reside em França faz nas listas eleitorais de Lisboa? Não deveria ter integrado a lista do círculo da Europa?
Numa altura em que o País vive uma das piores crises de sempre, com o triste espectáculo oferecido pela Justiça, com a contestação social na rua, com o desequilíbrio histórico das contas públicas, com o afastamento cada vez maior entre eleitos e eleitores, com níveis recordes de desemprego, o Parlamento bem nos podia ter poupado a esta...