Defendemos uma Política de Verdade e quisemos uma Lisboa com Sentido. Neste novo ciclo político nasce o Crónicas Lusitanas, de militantes e simpatizantes do PPD/PSD, que querem que este seja um espaço de liberdade, debate e opinião, e sem asfixias..

07
Fev 10

Reproduzo aqui um excelente texto de Pedro Santana Lopes. Dá que pensar...

 

2002-2005----------------------2010

 

Que País é este?


Fazem ideia de quantas pessoas da equipa que esteve comigo na Câmara já foram questionadas pela Justiça? Nestes anos, desde que saímos, à conta de queixas de José Sa Fernandes e outros equivalentes,muitas pessoas já foram confrontadas com essa mesma Justiça. Inquéritos, citações, autorizações no Parlamento, relatorios da Comissão de Etica, arguidos, julgamentos,interrogatórios, acusações, depoimentos, recursos, advogados, honorários,denúncias, de tudo, várias pessoas, muitas pessoas, têm passado. Algumas dessas pessoas com décadas de carreira profissional,pessoas que já tinham gerido muitos recursos, Mães e Pais de família que, de repente, se vêm como que membros de um suposto grupo de malfeitores que tinham folhas de serviços irrepreensíveis e que de repente se vêm, perantea Família e perante o País com a seriedade posta em causa. Alguém acusa algum deles de ter beneficiado seja do que for? Não! Saíram todos com os mesmos bens,e o que de mais polémico possam ter feito é exactamente igual, ou ainda menos questionável do que aquilo que foi feito por quem lá esteve nas décadas anteriores e por quem entrou depois.

Antonio Carmona Rodrigues,Helena Lopes da Costa,Gabriela Seara,Miguel Almeida, Eduarda Napoleão já foram arguidos, acusados ,pronunciados. Maria Manuel Pinto Barbosa e Pedro Pinto, com todos os outros, censurados e multados em dois mil e quinhentos euros, cada um, por decisões urgentes sobre os Arquivos da Cidade que tiveram de ser mudados à pressa por causa do amianto.Algumas decisões postas em causa correspondem a soluções dadas a impasses ou bloqueios criados por outros em anos anteriores. Mas trabalhou - se sem ninguém apresentar queixas. E, se erros houve,ou decisões de que se discorde, como dizia o despacho de não-pronúncia no processo de Helena Lopes da Costa, correspondem a práticas seguidas na Câmara desde tempos imemoriais. Ou,noutra perspectiva,não deveriam ser apontados como condutas criminosas mas serem tão só sujeitos à alçada disciplinar. Ou à sanção política.
Durante esse mandato, e quando acabou, muitas foram as queixas, as participações, as cartas do " zé cidadão de lisboa", do PCP e mesmo de adversários partidários.Tudo especialmente adequado ao clima criado na época da decisão de Jorge Sampaio e da subida ao poder de José Sócrates nas legislativas de 2005.

Antes desse mandato autárquico, foi possivel construir em altura. Por exemplo,o Saldanha Residence ou as Torres de Sete Rios. Agora vêm aí as da Matinha. Problema nenhum. Sobre o meu mandato, corre um processo por causa de cartazes a defender a construção em altura. Violações do PDM? Não. Cartazes é que geram dúvidas e há pessoas a responder por eles. Corte Inglês sem licença? No pasa nada... Estádios em construção sem um papel na Câmara? E então?
Entre 2002 e 2005, tudo esteve mal,mereceu denúncia ou foi suspeito: cartazes, obras, licenças, arquivos, projectos,realojamentos, reabilitação,túneis,casas.Antes? Só Arcanjos, que nunca fizeram nada questionável. Depois? Só Anjos cujos actos não oferecem dúvidas.

Na semana passada, os Tribunais decidiram que Helena Lopes da Costa não tinha que ir a julgamento. No dia seguinte, cerca de dez pessoas foram avisadas de iam ser constituídas arguidas por uma história que, por enquanto, não se pode comentar.

Investigadores responsáveis dizem antes ou depois de depoimentos, em estilo de desabafo, que deviam encontrar alguma coisa sobre mim, mas que é uma maçada, "porque não há nada"...

Ha anos que boas pesssoas passam martírios, com manchetes, legendas, imagens, repito, por decisões iguais aos de outros que nunca são incomodados. E ainda bem, por eles e pelas suas famílias.

Uma das Senhoras que referi, anda agora a ser ouvida no Instituto de Reinserção Social, ela e os filhos, para contarem a historia das suas vidas, para um relatorio a enviar ao tribunal antes da sentença.Uma situação inacreditável para os filhos que têm de se sujeitar a tudo isso semterem feito nada de mal e como se a Mãe fosse uma criminosa.

Todas estas pessoas, e muitas mais, tiveram a "pouca sorte" de estar na Câmara de Lisboa entre 2002 e 2005. E de serem apanhadas na luta politica e nos actos de pessoas que não olham a meios para atingir os seus fins.Antes? Só Arcanjos, que nunca fizeram nada questionável. Depois? Só Anjos cujos actos não oferecem dúvidas.

Este e o Portugal de 2010. Quem nada fez de mal não tem sossego. Sossegados andam outros. É uma vergonha.

 
Crónica de Rodrigo Mello Gonçalves às 22:20

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