Ficámos a saber que o Governo apresentou a candidatura do Dr. Vítor Constâncio à vice-presidência do Banco Central Europeu.
Não deixa de ser uma excelente notícia a possibilidade de vermos o actual governador do Banco de Portugal deixar o lugar. Já há muito que tal devia ter acontecido.
Nos últimos anos o Sr. Governador agiu como um verdadeiro comissário político. As opiniões e criticas duras aos governos PSD deram lugar ao silêncio e à candura nos governos PS.
O seu mandato fica marcado pelo frete feito ao governo Sócrates naquela palhaçada do relatório que, baseado em pressupostos ridículos e falsos, afirmava que o défice em 2005 seria de 6,83%.
Nunca um governador do BdP se tinha sujeitado a um papel destes na democracia portuguesa. Nunca uma instituição foi tão instrumentalizada.
Finalmente, o mandato do Sr. Governador ficará na história pela incompetência e pelo total falhanço na questão da supervisão bancária. Os casos foram vários, com implicações graves e que ainda hoje estão em discussão: caso BCP, caso BPN e caso BPP. Em todos a conclusão é óbvia: o BdP não actuou como devia, nomeadamente face aos diversos sinais de que as coisas não estavam bem.
Por tudo isto e mais, é bom saber que o Sr. Governador poderá deixar de o ser.
O que não se percebe é como é que tal desempenho é recompensado com um prémio destes. Ou melhor, se calhar até é fácil de perceber: basta pensarmos que afinal de contas é um secretário geral do PS a propor a candidatura de um ex-secretário geral do PS.
Assim tudo fica mais fácil e mais perceptível. A candidatura e a actuação dos últimos anos.
Porreiro pá!