Defendemos uma Política de Verdade e quisemos uma Lisboa com Sentido. Neste novo ciclo político nasce o Crónicas Lusitanas, de militantes e simpatizantes do PPD/PSD, que querem que este seja um espaço de liberdade, debate e opinião, e sem asfixias..

02
Jan 10

O centenário da República e a mensagem de ano novo do Presidente da República

Em 2010 comemoram-se os cem anos da República.

 

Portugal, na década que agora começa, passará por um dos períodos mais difíceis dos últimos cem anos.

 

O aumento de desemprego, aliado à crise económina e social, à crise de valores e da ética, ao descrédito das instituições, nomeadamente, da Justiça e de tudo o que é político-partidário, estão a consumir o capital de crédito do actual sistema político-constitucional.

 

Defendo a existência de partidos políticos e de um sistema político, democrático, assente no multipartidarismo. No entanto, não comungo da teoria que, cada vez mais, vejo expressa e praticada, de que tudo deve ser feito em função daqueles. Em vez disso, sou dos que pensam que os partidos, apesar de serem um instrumento essêncial da democracia, são isso mesmo, instrumentos. E, não o fim em si. 

 

Os partidos devem estar ao serviço da democracia, do país, da Nação. Não à contrário, em que tudo parece ser feito, não em função da agenda nacional, mas sim em função da agenda partidária.

 

A década que agora começa, estou certo, será uma década de extraodinária importância e, isto, desde logo, porque não é possível adiar mais...

 

As comemorações dos cem anos da Républica deverão ser aproveitadas, não só para as normais comemorações da efeméride - fazendo o balanço do tempo decorrido, sobre a bandeira verde rubra - mas, essêncialmente para repensar Portugal e a sua visão estratégica, quer no plano interno, quer no plano externo.

 

Bom seria que reunissem os Estados Gerais de Portugal, em que todos possam participar, para que este debate se possa concretizar...

 

Por nossa parte, julgamos que a mensagem de ano novo do Presidente da República é um bom começo para o despertar das consciências.

 

Assim, pela sua importância, aqui deixamos a possibilidade de o ler e/ou escutar:

http://www.presidencia.pt/archive/news/index53-1.html


20
Dez 09

 

O ano de 2009 aproxima-se veloz do seu fim e já se ouvem, ao longe, as badaladas do novo ano 2010.
 
Encerra-se, assim, mais uma década, a primeira do século XXI.
 
Em 2010, comemoram-se os 100 anos da República. Espera-se que seja tempo de reflexão…
 
Reflexão não só sobre a bondade, ou não, deste modelo de sistema político, mas, essencialmente, sobre quais os novos desafios para o próximo centenário.
 
Mas, será que os tempos que correm, têm algo de semelhante como os que corriam há 100 anos atrás?
 
A crise das instituições, quanto à sua composição, quanto ao seu funcionamento, quanto às suas efectivas competências, quanto aos assuntos que consideram prioritários, quanto à falta e ou inexistência de uma clara estratégia e caminho a trilhar. A ideia que nada, nem ninguém tem poderes e competências para decidir, a culpa e responsabilidade é sempre de qualquer outra instituição e, essa, por sua vez, reconduz para outra…
 
A crise do sistema económico e financeiro, consumindo-se mais do que se produz, o aumento acelerado do deficit público, os sinais externos de falta de confiança na economia portuguesa que conduzem a sucessivas alterações, negativas, do rating da República Portuguesa, a instabilidade e falta de confiança no sistema bancário – os casos BPN e BPP - , as dúvidas quanto à acção do Banco de Portugal nestes e noutros casos …
 
A crise da Justiça, com uma efectiva descrença no seu funcionamento, com a clara desconfiança quanto às suas conclusões e decisões, com o acelerado descrédito dos seus “operadores” – a própria expressão de “operadores”, é já, ela própria, um sinal deste descrédito, pois dá um sinal de falta de envolvimento, de falta de participação, de falta de “fazer acontecer”, refugiando-se numa mera “operacionalidade” daquilo que não se sabe, quem decide -, com um, cada vez maior, distanciamento entre as decisões e o sentir das populações, com uma cada vez maior falta de compreensão da Lei e, fundamentalmente, da sua interpretação e aplicação …
 
A crise no ensino, com os jovens, do ensino básico, sobrecarregados de unidades curriculares – disciplinas – injustificadas ou que, pelo menos, em nada parecem contribuir para a sua literacia, formação, aprendizagem e preparação para a vida activa. Os professores, reconduzidos a graves situações de crise de autoridade, ao mesmo tempo que são sucessivamente desrespeitados pelo “sistema” que lhes impõem “modelos de avaliação” inconsequentes.   
O Ensino Superior está, por sua vez, em clara crise. O privado definha, enquanto o público, com falta de recursos, está desadaptado das reais necessidades do país.
 
A crise social, com o sucessivo aumento do desemprego, sem se vislumbrar como tal aumento poderá ser invertido nos próximos tempos. O crescimento da pobreza, que já passou de “bolsas” a extensas “manchas”, que atingem, já, vastos sectores da denominada “classe média” – a “pobreza envergonhada”. A falta de uma estratégia para o enquadramento da população activa e o efectivo desenvolvimento do país. O aumento da idade da reforma, ao mesmo tempo que se diminuem os postos de trabalho, denota uma clara navegação à bolina, num completo desnorte, sem que nada nem ninguém se interrogue sobre as suas consequências no futuro próximo…
 
A crise política, após um novo rotativismo, amarrada à crise do sistema partidário, ele próprio, em muitos casos, refém de quem menos se desejaria… O afastamento, cada vez mais evidente, de quem é credível e tem capacidade de acção, centrifugados para fora do sistema, pela forças que o próprio sistema gera, limitando a sua capacidade de participação. A falta de competência, de valor, de capacidade de decidir, de assertividade, de seriedade e de integridade que, cada vez mais, vão manchando a, dita, classe política e, consequentemente, o sistema político vigente…
 
Tudo isto, e muito mais, que todos os dias nos apercebemos e vamos comentando aqui e ali, estão a gerar uma crise que poderá ser muito mais profunda e grave do que aquela que se viveu em 1910, ou em 1925.
 
Nos tempos que correm, é cada vez mais importante que, cada cidadão, exerça a sua capacidade de reflexão, criando-se amplos debates na opinião pública, centrados nos graves problemas da sociedade portuguesa, naqueles que poderão significar desenvolvimento e progresso, contributos para a erradicação da pobreza que teima em regressar e grassar, em vez da discussão, distractiva, de temas e aparentes problemas que em nada contribuem para este desiderato.
 
Vem isto, não só, mas também a propósito das discussões sobre se as escutas ao Primeiro-Ministro, devem ser tornadas pública e divulgadas na comunicação social, ou sobre a oportunidade da discussão sobre os casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Com o devido respeito, pelas opiniões contrárias – aqui assenta o primado da democracia -, não nos parece que, estas matérias, sejam aquelas que efectivamente interessam aos portugueses...
 
Importa, assim, recentrar a discussão nos temas e nas questões que determinarão o futuro, desta e das gerações vindouras. Estou certo, que após o falhanço do comunismo e do capitalismo, do falhanço dos liberalismos e dos neo-liberalismos, importa encontrar um novo sistema de equilíbrio social. E, aqui, estamos em crer que, do mesmo modo que os social-democratas moldaram a Europa do pós-guerra, é necessário criar um novo equilíbrio entre o capital e o trabalho, que possibilitem discutir, de forma aberta, em concertação, os problemas e encontrar a senda a trilhar, em que o Estado, não sendo o “todo poderoso” que tudo decide, possa, efectivamente, deter o poder regulador e moderador que evite novos desmandos…
 
Nestes tempos, que correm, precisa-se de um novo modelo de Estado...
 
 
 

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