Defendemos uma Política de Verdade e quisemos uma Lisboa com Sentido. Neste novo ciclo político nasce o Crónicas Lusitanas, de militantes e simpatizantes do PPD/PSD, que querem que este seja um espaço de liberdade, debate e opinião, e sem asfixias..

06
Abr 11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No meio de tantas notícias sobre bancarrota, crise, FMI, culpa, responsabilidade, ajuda externa, existe uma notícia que pretendo destacar.

 

Trata-se do anuncio da saída de Jaime Gama das lides parlamentares. O Presidente da Assembleia da República anunciou hoje que não será candidato a deputado nas próximas eleições.

 

Jaime Gama é dos políticos mais prestigiados que temos hoje no Parlamento. Tem, pelo seu percurso político, e pelo modo como exerceu o lugar que ocupa, o estatuto de Senador, reconhecido da Esquerda à Direita, a que poucos chegarão.

 

Ex-ministro da Administração Interna, ex-ministro da Defesa, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro de Estado.

Ocupou estes importantes cargos em ministérios de soberania, conseguindo granjear sempre o respeito e o prestígio que tais lugares exigem, quer a nível nacional, quer internacional. Discreto e eficaz, sem propensões a radicalismos, a grande notoriedade de Jaime Gama advem dos seus tempos de Ministro dos Negócios Estrangeiros, área para a qual parecia talhado.

 

Desde 2005 ocupava outro importante cargo: Presidente da Assembleia da República, 2ª figura do Estado. Também aqui Jaime Gama deixou uma marca positiva. De tal maneira que tendo o PS perdido a maioria absoluta em 2009, Jaime Gama foi reeleito Presidente do Parlamento nesse ano com 204 votos a favor entre 228 votantes. Do CDS/PP ao Bloco, elogiam-lhe o sentido de Estado, a forma responsável e conciliadora como desempenhou as funções.

 

Com a sua saída de cena, o nosso Parlamento fica mais pobre e a vida política activa perde um grande quadro. Mais uma vez deu provas de ser merecedor do prestígio que tem, ao saber sair pelo seu próprio pé quando entendeu que era chegada a sua hora. E sai pela porta grande!

 

O prolongado e sentido aplauso de pé que recebeu hoje de todas as bancadas parlamentares é mais do que merecido. Jaime Gama é afinal de contas um Senhor na política portuguesa. E são já tão poucos infelizmente...

Crónica de Rodrigo Mello Gonçalves às 23:55

07
Mai 10

Depois de ver o Parlamento optar por comparticipar as suas viagens a Paris, a deputada Inês de Medeiros veio dizer que, afinal, já não quer.

 

Poderia ter assumido esta posição desde o início.

 

Ter-nos-ia poupado a esta triste novela em que, mais uma vez, o Parlamento sai mal visto...

Crónica de Rodrigo Mello Gonçalves às 00:57
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24
Abr 10

 

O Parlamento prepara-se para pagar semanalmente uma viagem a Paris, à deputada Inês de Medeiros.

Tudo porque a senhora, eleita deputada pelo círculo de Lisboa, afinal reside em Paris.

 

Perante a "novidade" da situação, Jaime Gama recorre ao Conselho de Administração do Parlamento e ao Auditor Jurídico tendo este concluído pelo "pagamento de uma "comparticipação nas despesas de deslocação entre a residência, em Paris, e Lisboa, (...) tendo como limite máximo o montante mais elevado correspondente a uma viagem aérea semanal" de ida e volta, nos termos em que são pagas as "despesas de transportes dos deputados residentes nas Regiões Autónomas (...) e em avião, na classe mais elevada praticada".

O CA, após divisão e empate, com a surpreendente abstenção do CDS, decide favoravelmente com o voto de qualidade de um camarada da Sra. deputada.

 

Esta situação é pouco dignificante para o Parlamento, sendo até escandalosa num momento como aquele que Portugal atravessa. Que culpa temos nós contribuintes que a Sra., que já vivia em Paris fosse candidata a deputada pelo PS por Lisboa? Qual a razão para que eu tenha de contribuir com os meus impostos para a Sra. ir uma vez por semana a casa? Ainda por cima em executiva? Vergonhoso!

 

Mas esta questão, remete-nos para outro problema, que é o dos deputados "páraquedistas". O que é que uma pessoa que reside em França faz nas listas eleitorais de Lisboa? Não deveria ter integrado a lista do círculo da Europa?

 

Numa altura em que o País vive uma das piores crises de sempre, com o triste espectáculo oferecido pela Justiça, com a contestação social na rua, com o desequilíbrio histórico das contas públicas, com o afastamento cada vez maior entre eleitos e eleitores, com níveis recordes de desemprego, o Parlamento bem nos podia ter poupado a esta...

Crónica de Rodrigo Mello Gonçalves às 23:35
sinto-me:

07
Dez 09

 

Após as eleições legislativas, tem sido notícia recorrente a questão da sucessão na liderança do PSD.
 
Logo após alguma “pressão”, de várias correntes social-democratas, os “ânimos” pareceram serenar com a proposta, em Conselho Nacional, de que a demissão e realização de novas directas ocorreria logo após a discussão do Orçamento de Estado. Porém, de quando em vez, a questão parece “dar de novo à costa”.
 
Em nosso entender, a oposição e, nesta, a social-democrata, tem estado especialmente activa com a reabertura do Parlamento. Perante, isto, o “bloco minoritário”, que suporta o Governo, tem dado sinais de alguma preocupação e, até, de algum “desnorte”.
 
O Governo começa a ensaiar o modelo de vitimização, tentando ir pela senda de que não o deixam governar de acordo com o seu programa, para, mais à frente, poder tentar um eventual “golpe de força”. Ainda, assim, o PSD, se bem que incompreendido por alguns sectores, acaba de dar a mão ao PS, ao mesmo tempo que “puxou” o tapete ao CDS/PP, numa das questões mais polémicas da governação de José Sócrates – a avaliação e a carreira docente dos professores. Neste passo, estamos convencidos, não terá sido estranha a amizade que aproxima os dois líderes parlamentares, do PSD e do PS. As próximas semanas dirão se este passo foi acertado e se os professores o entenderam. Uma coisa é certa, a imagem e a forma da actuação da nova Ministra da Educação mudaram de forma significativa, quando comparadas com a postura da anterior, falta agora apurar se se trata de mera “maquilhagem” ou se o seu conteúdo também mudou…
 
Vem, isto tudo a propósito de o PSD viver hoje uma liderança a prazo. A nosso ver, nada pior do que uma liderança a prazo, para manter o PSD numa navegação assertiva e com um projecto de futuro.
 
É verdade que muito se tem falado das escutas, das verdades e falsidades que terão sido ditas, etc., etc.. Mas, o que o povo, verdadeiramente, espera da oposição, nomeadamente daquela que está em condições de ser alternância, são propostas, soluções e alternativas de governação para os seus problemas...
 
Mas, pode-se verdadeiramente falar de propostas e soluções de alternância quando a liderança já assumiu que está a prazo? Ou será que vai a votos? E, o caso de não se apresentar e/ou não ser eleita, serão essas propostas, agora apresentadas, credíveis? Encaixam no programa, ou programas que estão a ser revistos? São as que foram apresentadas, aos eleitores, e derrotadas nas últimas eleições?
 
Quanto a nós, é urgente que, no mais curto espaço de tempo, a situação de quem serão os candidatos à liderança, com que programas e quem é de facto eleito como líder, se esclareça de uma vez por todas. Os sinais de desgaste, antecipado, que este governo parece carregar no seu lastro, exigem do principal partido da oposição uma rápida clarificação de liderança. Liderança está que deverá ser sólida, congregadora, experimentada, inovadora, virada para a resolução dos problemas que hoje nos afligem, ao mesmo tempo que deverá ser capaz de desenhar e executar uma nova estratégia de governação nos conduza a um futuro consistente.
 
Portugal não pode continuar a navegar à bolina, sem uma estratégia definida e sem destino determinado. Não há mais tempo para “experiências falhadas”, o povo procura e quer um líder sério, honesto, credível, forte, inovador, reformista, com capacidade de dialogar e de decidir, capaz de reestruturar a economia e criar emprego, garante da ordem e da segurança.
Crónica de José Cal Gonçalves às 11:21

22
Nov 09

 

Faleceu ontem o ex-líder parlamentar do CDS/PP Jorge Ferreira.

 

Conheci-o pessoalmente dos tempos em que ambos militámos no CDS/PP. Era um polítco combativo e um adversário respeitado.

Travámos batalhas juntos e tivemos também muitas divergencias.

Nesta hora de despedida, e em homenagem, reproduzo aqui um excerto de um dos melhores debates que ele protagonizou na Assembleia da República, e que marcou a passagem dele pelo Parlamento, e acabou por marcar também o próprio Parlamento pelo calor e vivacidade da discussão.

Foi em 1996 e discutia-se um projecto de lei do PS para amnistiar as FP25. Do lado do CDS/PP avançou um projecto de lei de alteração juridica ao regime de protecção às vitimas de crimes violentos. Aprovado o projecto do PS, este queria remeter o do CDS/PP para mais tarde... 

 

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Ferreira.
O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): — Sr. Presidente, creio que o Sr. Deputado Jorge Lacão interpretou mal as minhas palavras: é que eu não falei de prazos, mas de indemnização às vítimas dos crimes praticados por terroristas. Para nós, é isso que conta hoje e já.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Orador: — Quero informar a Câmara e o Sr. Presidente, pela consideração especial que me merece, de que, se o Grupo Parlamentar do Partido Socialista não retirar este requerimento, o meu grupo parlamentar não será cúmplice de uma votação vergonhosa como a que vai ocorrer...
O Sr. José Magalhães (PS): — Sai da Sala?!
Vozes do CDS-PP: — Sai!
O Orador: — Sai! O meu grupo parlamentar sai e não assiste a essa votação que os senhores querem impor, com dualidade de critérios. Quando é para tratar dos criminosos, trata-se à pressa, quando é para tratar das vítimas, não se trata! Não pode ser!
Aplausos do CDS-PP, de pé, e do PSD.
 
Até sempre Jorge...
Crónica de Rodrigo Mello Gonçalves às 00:44

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