A uma candidatura de um ex-candidato presidencial de esquerda do PSD em Lisboa, o PS responde com a candidatura de um ex-candidato presidencial de direita em Leiria!
É impressão minha, ou isto está algo confuso??
A uma candidatura de um ex-candidato presidencial de esquerda do PSD em Lisboa, o PS responde com a candidatura de um ex-candidato presidencial de direita em Leiria!
É impressão minha, ou isto está algo confuso??
Portugal vive como sabemos uma situação complicadíssima.
A todos os males conhecidos na parte económica e financeira, junta-se agora a destabilização política.
Por incrível que pareça, esta não vem da Oposição, nem do Palácio de Belém como noutros tempos. Ela vem do próprio Governo e do partido que o apoia.
A desorientação do Governo é por demais evidente, com as entrevistas, as contradições, as desautorizações e até alguns silêncios.
A recente entrevista do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros é o sinal mais claro da desorientação. As declarações do Ministro de Estado e das Finanças pecam por excesso, ajudando à confusão em vez de contribuir para a pacificação.
No PS o cenário não é muito melhor. Começam-se a ouvir cada vez mais vozes a clamar por uma remodelação, sedimentando a ideia que já existe no país de que este Governo está esgotado.
As movimentações de bastidores para a sucessão de Sócrates ganharam novo fôlego, e os peões no xadrez socialista estão já em movimentação.
A ironia é que tudo isto acontece na altura em que o Governo já tem garantida a aprovação do Orçamento do Estado para 2011.
Vivemos assim numa curiosa situação em que o principal agente político, aquele que mais interesse tinha em acalmar a situação, é precisamente aquele que mais contribui para a incerteza.
Assim, à incerteza económica internacional, somamos agora a incerteza política nacional.
O problema é que a situação do país não se compadece com mais incertezas. O que está em jogo é demasiado grande e sério.
Num ano a pen vai vazia, no outro atrasada e sem alguns mapas, desta vez ainda mais atrasada e sem o documenro mais importante. Não vale a pena contemporizar: este OE será o mais difícil dos últimos 25 anos, mas o atraso e as falhas são incompreensíveis e injustificáveis.
Se tudo isto se passasse no governo liderado por Santana Lopes, o PS inteiro estaria a rir-se, a comentar furiosamente no Twitter, a delirar no Facebook e a espraiar-se deliciado na comunicação social.
Santana tinha tudo e todos contra ele, a começar pelo próprio partido. Sócrates e Teixeira dos Santos ainda têm a compreensão de muitos, graças a uma crise financeira e a uma pressão europeia que não controlam nem condicionam. Mas falharem desta forma naquilo que é fundamental é imperdoável. Em vez de terem passado o Verão a surfar a onda da revisão constitucional e em inaugurações dispensáveis, podiam ter feito o orçamento a horas.
Era o mínimo. Pedro, estás perdoado.
Ricardo Costa in Expresso.
Depois de ver o Parlamento optar por comparticipar as suas viagens a Paris, a deputada Inês de Medeiros veio dizer que, afinal, já não quer.
Poderia ter assumido esta posição desde o início.
Ter-nos-ia poupado a esta triste novela em que, mais uma vez, o Parlamento sai mal visto...
O Parlamento prepara-se para pagar semanalmente uma viagem a Paris, à deputada Inês de Medeiros.
Tudo porque a senhora, eleita deputada pelo círculo de Lisboa, afinal reside em Paris.
Perante a "novidade" da situação, Jaime Gama recorre ao Conselho de Administração do Parlamento e ao Auditor Jurídico tendo este concluído pelo "pagamento de uma "comparticipação nas despesas de deslocação entre a residência, em Paris, e Lisboa, (...) tendo como limite máximo o montante mais elevado correspondente a uma viagem aérea semanal" de ida e volta, nos termos em que são pagas as "despesas de transportes dos deputados residentes nas Regiões Autónomas (...) e em avião, na classe mais elevada praticada".
O CA, após divisão e empate, com a surpreendente abstenção do CDS, decide favoravelmente com o voto de qualidade de um camarada da Sra. deputada.
Esta situação é pouco dignificante para o Parlamento, sendo até escandalosa num momento como aquele que Portugal atravessa. Que culpa temos nós contribuintes que a Sra., que já vivia em Paris fosse candidata a deputada pelo PS por Lisboa? Qual a razão para que eu tenha de contribuir com os meus impostos para a Sra. ir uma vez por semana a casa? Ainda por cima em executiva? Vergonhoso!
Mas esta questão, remete-nos para outro problema, que é o dos deputados "páraquedistas". O que é que uma pessoa que reside em França faz nas listas eleitorais de Lisboa? Não deveria ter integrado a lista do círculo da Europa?
Numa altura em que o País vive uma das piores crises de sempre, com o triste espectáculo oferecido pela Justiça, com a contestação social na rua, com o desequilíbrio histórico das contas públicas, com o afastamento cada vez maior entre eleitos e eleitores, com níveis recordes de desemprego, o Parlamento bem nos podia ter poupado a esta...
O primeiro-ministro não negou os factos, e continua no poder.
Sócrates, para continuar a ter legitimidade, só tinha uma saída: dizer que os factos apontados pelo "Sol" eram falsos. Sócrates não negou os ditos factos, e o PR não faz nada. E o PS não faz nada. E o país não sai à rua. O país, que saiu à rua quando Santana fez 1% disto tudo, está quieto, calado e sentado na sua consciência de "esquerda". A opressão, como se sabe, só pode vir da direita.
Henrique Raposo, aqui
"Vivi muitas situações com o pais à beira do abismo, é a primeira vez que o vivo à beira da vergonha." Maria João Avillez - sic Noticias.